"[...] a Terra se aproxima de um colapso iminente e irreversível.
Em questão de décadas, se não forem tomadas as medidas adequadas - que
felizmente, ainda estamos em tempo - a humanidade terá de enfrentar
inevitavelmente um «novo regime ao qual não estamos preparados». O
quadro desolador inclui carência de alimentos e de água potável, secas
enormes, extinção de espécies e migração em massa de pessoas em busca
de sua própria sobrevivência «como nunca visto na história». As
razões, segundo explicações da revista "Nature", são o brutal
crescimento populacional, a destruição de ecossistemas naturais em todo o
mundo e as mudanças climáticas.
Desde a sua criação, a Terra
passou por cinco grandes episódios de extinção em massa associados às
mudanças climáticas que transformaram as características de todo o
planeta. A última grande mudança ocorreu há cerca de 14.000 anos, quando
30% da superfície terrestre perdeu a camada de gelo que cobria na
Terra durante o último período glacial. Desde então, o planeta tem
permanecido razoavelmente estável até o surgimento e desenvolvimento da
civilização humana. No entanto, os cientistas acreditam que isto está
prestes a mudar. E a culpa é nossa.
Para começar, somos muitos e
consumimos demasiadamente muitos recursos. A taxa de crescimento anual
da população é de cerca de 77 milhões de pessoas, cerca de mil vezes
maior que o experimentado entre os últimos 10.000 e 400 anos. Temos
alterado a paisagem gravemente e emitindo para a atmosfera grandes
quantidades de CO2. 'Sim, temos motivos para nos assustar. Há grandes
possibilidades de chegarmos a um ponto de catástrofe irreversível, e as
consequências podem ser enormes para a nossa qualidade de vida como
espécie. Teremos problemas muito grandes', diz Jordi Bascompte para 'ABC.es', biólogo da Estação Biológica de Doñana [...].
O
cientista comparou o mundo com um copo a cair, na borda de uma mesa, e
quebrar. Não parece que se produz grandes alterações uma vez que se
aproxima ou se está à beira da borda, mas um leve movimento no final
(como por exemplo o aumento das temperaturas) e, de repente, o golpe
pode ser devastador. A lista de consequências fatais é interminável.
[...]
A tempo de evitá-lo
E tudo isso
pode ser ao virar da esquina. Estudos realizados por cientistas, como
tem sido observado em ecossistemas [..]. A bola de cristal prediz, que
em torno do ano 2025, se continuarmos neste ritmo, vamos ter destruído
50% dos habitats naturais do mundo. E em 2045, 55%. 'É rápido, sabemos
as causas e as implicações. É um bom momento para agir e evitá-lo. Se o
copo está na ponta é infinitamente mais fácil de empurrar para o lado
certo, mesmo que isso envolva um grande esforço, é melhor que tentar
consertá-lo depois que ele cair', disse Bascompte.
[...] ainda estamos a tempo de reverter a
situação. Para Bascomte, a aposta é conter o crescimento da população,
reduzir o consumo de energia per capita nos países de primeiro mundo e
optar pela sustentabilidade, empregar os recursos de forma mais racional
e tentar proteger áreas naturais/virgens na Terra.
Alguns
consideram, talvez, estas conclusões demasiadamente alarmistas. A estes,
Bascompte diria que 'esta é a realidade. Pode ser difícil, mas é muito
melhor enfrentar o problema que evitá-lo. É semelhante a alguém que tem
câncer e tenta ignorar o que diz o médico. Ignorar a informação nunca é
uma boa decisão.'"
__
>> texto de Judith de Jorge, publicado no Portal "ABC.es" [traduzido]
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