sexta-feira, 15 de novembro de 2013

O que é ser um (não) alienado

A não-alienação não está na atitude. A não-alienação está na consciência (do que se faz). Alguém que assiste muito a TV, é viciado em séries, programas, novelas... pode não ser um alienado, assim como quem só ouve música estrangeira. Alienado é quem crê que as pessoas que têm esses tipos de atitudes são alienadas. Errônea preponderância é achar que muito do que se diz ser cultura brasileira é autenticamente nacional; como se nosso país não importasse influência externa. Infeliz ignorância! [Não estou dizendo que não existe cultura (limpamente) nacional, entretanto, expresso aqui o que é exposto popularmente à grande massa, sobretudo via mídia]
As atitudes as quais me refiro são personalizadas, pessoais, advêm de escolhas. Eu escolho o que ouço. Você escolhe o que vê. Cada um tem os seus gostos, suas preferências. Isso não faz a alienação. Valorizar a música brasileira, por exemplo, que é uma bandeira levantada por muitos (que se dizem) nacionalistas, patriotas, não significa não ser alienado. O que importa é ter consciência do que se ouve, do que se vê; ouvir e enxergar além da superficialidade; ter noções de que todas essas coisas têm um contexto, um motivo, um porquê; são produtos de fenômenos e processos.
A não-alienação, diria, é o oposto da ignorância. Quando sabemos problematizar as coisas, da maneira correta, sem interferências unilaterais, tornamo-nos (ou somos) um não-alienado. O indivíduo pode saber do valor que tem a música popular brasileira, mas optando-se por ouvir qualquer outro estilo, isso não o faz um alguém alienado; ouvir isso ou aquilo é uma escolha pessoal. O que vale é ter o discernimento dos valores das coisas.


Nenhum comentário:

Postar um comentário

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...