quarta-feira, 18 de maio de 2011

O Mundo para



O mundo para. Você olha para lado esperando encontrar um rosto conhecido. Respiração ofegante, tua face lateja. Tu se desesperas. Agarra-te em tudo que acreditas. Corres para o infinito. Mas o infinito é perto de mais para você. Você quer sentir que é capaz de tudo fazer. Mas cai de cara no chão. Continuas a correr, mas incrivelmente não te cansas. Tropeça. Cai. Levanta. Tudo em vão. O mundo é um vão para você fingir o que é a vida. Os céus despencam em tua cabeça. Mas não chove. Não queres chuva. Venta. Avistas o relâmpago. Em seguida ouves o trovão. Tudo é perfeito de mais para você, pois dissestes que iria acontecer. Agora eles acreditariam em ti. No cume da última montanha terrestre há um casebre. Um casebre medíocre. É para lá que tu vais. É para lá que tens que ir. É lá que o teu futuro te espera. Corre. Sua. Não cansas. Bates na porta. Uma rouca voz te manda entrar. O teu futuro chegou. Entra. A porta se mantém entreaberta. Lá dentro, um senhor. Ele te diz para mostrar sua fé. Cais ao chão, com tudo o que acreditas em mãos. Estás morto.

► texto de Débora A. (Blog "Onde estará você")

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