sábado, 26 de maio de 2012

Comparativo Picapes Médias: S-10 x Amarok x Ranger x Hilux x Frontier x L200

Nosso primeiro comparativo de Pick-ups já começa com uma disputa entre 6 adversárias peso médio!!
Como já estamos acostumados, vamos à ordem das fotos:

Esquerda/Cima: Chevrolet S-10
Direita/Cima: Toyota Hilux
Esquerda/Meio: Ford Ranger
Direita/Meio: Volkswagen Amarok
Esquerda/Baixo: Nissan Frontier
Direita/Baixo: Mitisubishi L200

O que temos a considerar desta vez é o desastre da leve reestiização da Hilux e a superação da Ford, que enfim deixou pra trás o desenho terrivelmente elaborado do modelo anterior da Ranger!
Já a Chevrolet fez bonito com a nova S-10, renovando depois de muito.. muito tempo, seu representante da categoria.
A Amarok é a primeira experiência da VW no segmento e não faz feio! A L200 é a única com traços mais diferenciados e a Frontier apresenta, assim como a representante da Toyota, um visual já cansativo.

Eis, então, pra vocês, nossas imagens e, novamente, como de costume, daremos nossas opiniões! Qual é a sua pick-up preferida? A minha, é a representante da Chevrolet, seguida da Ranger e da Amarok!!




Mitisubishi L200 se destaca por ser a mais diferente!



S-10 com o novo estilo de grade dos atuais modelos da Chevrolet se mostra imponente."Gravatinha" dourada na traseira também é uma boa! A frente da Hilux decepciona, e não pouco! ..a frente do modelo anterior da Toyota era melhor! L200 com lanternas pequenas na traseira e uma "cara de mal" na frontal.. bem robusta! Modelo da VW muito quadrado, pouco atraente, mas ainda assim com uma certa imponência! Ford adotando uma lanterna traseira na Ranger bem grandinha.. a frente ficou bem bacana!! Visual da Frontier não desagrada mas também é possui muitos traços retos.



Uma copiando a outra? Obviamente não são iguais, mas há semelhanças significativas comparando as laterais de S-10, Ranger e Hilux!! Também achou??































Comparação em números, segundo a AutoEsporte/Globo.




Painel do Ford é, talvez, o mais bonito, porém, peca no tamanho menor da tela em relação aos concorrentes. E o volante é bem feinho! Mitisubishi não tem muitos botões. VW mostra painel mais clássico para a categoria. Chevrolet e Toyota com botões bem próximos. Destaque para as luzes azuis da S-10 e sua "funcionalidade" circular. Nissan se mostra, também, bem tradicional! Hilux muito quadrada..!!


quarta-feira, 2 de maio de 2012

Através dos carros e de sua indústria se conhece a alma de um país

"Carro é cultura. Por esse motivo, pelas ruas de um país, da mesma maneira que a arquitetura dos prédios, castelos e casas, os automóveis, ônibus e motocicletas dão dicas de como um povo é ou almeja ser. Neste texto comentamos sobre as diversas regiões do mundo e seus respectivos carros.











EUA
Começando pelo país que fez do carro seu meio de transporte preferido, os EUA, basta que o avião pouse em seu solo para que, logo no aeroporto possamos ter pistas do que veremos a seguir: picapes, SUVs, furgões, caminhões de bombeiros, viaturas policiais  e muita tecnologia a serviço da logística. Abundância de recursos, sem dúvida! Falta de racionalidade e até certo exagero às vezes. Capitalismo à primeira vista. Tudo brilha, tudo é grande e tudo pisca: benvindo à América!

Reino Unido
No Reino Unido, onde ainda se respira realeza, com direito a família real, duques, condes e muito luxo com ostentação e nem sempre com praticidade, ainda se vê carros de marcas regionais como Rover, Rolls Royce,Jaguar, MG, Lotus e tantas outras de pequeno porte que fazem esportivos de maneira artesanal. Vale lembrar que a maioria das marcas mais importantes foi vendida para montadoras de outros países. E para os “súditos” restam Ford, Vauxhall (a Opel deles), BMW, Mercedes, carros japoneses e coreanos e por que não táxis e ônibus com certo charme? Pode ser popular, mas não precisa ser feio ou incômodo, não é? A mão inglesa está lá, claro!

Austrália e Nova Zelândia
Colônias inglesas que mantêm volante e mão de direção como mamãe mandou. É hoje em matéria de carrosenormes e potentes, o que os EUA foram até os anos 90. Eles têm a Holden, da GM, que seria aOpel-Vauxhall australiana. Quer ver um Holden? Fique atento que um Chevrolet Omega australiano uma hora vai passar. Lá é Holden Commodore. E tem Station Wagon e tudo. E também opção de motor V8 e versão superesportiva. A Ford é uma marca forte por lá.

Europa
Desviando o foco para a Europa, na França podemos encontrar modelos conhecidos por nós, brasileiros, das marcas Peugeot, Renault e Citroёn. E tantos outros, destas mesmas marcas, novos ou antigos que não temos por aqui. O gosto por inovação com uma pitada de polêmica e arte nas soluções e no design, reflete-se nos carros. Que por vezes parecem obras de arte ambulantes (Citroёn 2 Cavalos e DS e Renault 4, por exemplo).

Na vizinha Itália, por sua vez, há muito dos italianos nos carros: beleza, paixão, modernidade, audácia e arte. Que já vinha dos romanos e dos renascentistas como Da Vinci e Michelângelo. Residem no país da bota designers de renome como Giugiaro, Pininfarina e Bertone. Nas ruas, carros com formas artísticas e vivas, que mesmo antigos, não perdem a personalidade. São marcas italianas: Alfa Romeo, Fiat, Lancia, Ferrari eLamborghini. E a Bugatti? Apesar de o fundador, Ettore Bugatti ser italiano, de Milão, a marca em questão foi desenvolvida e criada na França em 1909. Passou a ter controle italiano em 1991. E alemão (VW) em 1998.

Os Espanhóis, também apaixonados e nacionalistas, têm sua Seat (que pertence à VW para a indignação de muitos espanhóis).

Alemanha, um caso à parte
A Alemanha é um dos casos mais emblemáticos, onde a personalidade de um povo se traduz nos produtos que fazem. Feliz dos alemães que têm BMW, Mercedes e Audi como meros carros nacionais! Sem falar nos mais triviais, porém benfeitos VW e Opel. Perfeição e pioneirismo, com produtos honestos na categoria que competem são a diretriz. Um modo de fazer as coisas da melhor maneira possível, com qualidade e inovação. Nem sempre do jeito mais óbvio, porém.

Um exemplo: Existem dois sistemas para se medir a pressão dos pneus, um americano e um alemão. O americano tem um sensor na válvula que controla a pressão interna. Se houver vazamento, ele acusa. No sistema alemão a pressão é calculada através de algoritmos que levam em conta fatores como as medidas do pneu, a pressão atmosférica, a temperatura interna e externa dos pneus, a pressão  interna e a área de contato deles com o solo. E um computador calcula tudo e diz se o pneu está cheio ou vazio.

Como todos sabem a Alemanha já esteve dividida em duas. Na Oriental, sem tantos recursos para ir tão longe nos detalhes, o Trabant com motor dois tempos e 3 cilindros e versões sedã e perua reinavam. O “Trabi” refletia a resistência do alemão do leste e tinha influência dos carros soviéticos.

Leste Europeu
Em outros países do Leste Europeu, marcas como Dacia (romena) e Skoda (checa), na mão de vizinhos ricos, também mostram que são povos que tiveram apoio governamental e atitude para desenvolver suas marcas, fazendo carros que estampavam seu jeito de ser. Até a ex Iugoslávia teve seu Zastava Yugo.

Suécia
Da organizada, sistemática e fria Suécia, vieram Volvo e Saab. Essas marcas sofreram influência da aviação, tem algo clean e prático no desenho, sem abrir mão de de robustez e segurança. Soluções locais de design e construção sempre foram mantidas. Os suecos têm ainda a Spyker e a Koenigsegg, que fabricam superesportivos.

Ásia: do clone à Excelência
Nossa viagem continua rumo à Ásia. O Japão – e isso não é segredo – começou sua indústria clonando carrosingleses. Assim, para evitar maiores modificações o volante do lado direito foi ficando. A Honda começou como fábrica de bicicletas motorizadas. Com o tempo, o investimento em tecnologia, aliado a maior racionalidade e busca por valores próprios colocou o país e suas marcas, como Toyota, Nissan, Honda, DaihATSu e Subaru em patamares de qualidade aceitos por mercados exigentes como o europeu e o americano.

A Coreia do Sul tem história automobilística similar à do Japão. E hoje compete com os japoneses, em quem se inspiraram e com americanos e europeus. Hyundai-Kia são um grupo forte e estão entre os maiores produtores do mundo.

A China, por sua vez, usa a cartilha japonesa e coreana. Após anos de comunismo, criatividade represada, demanda reprimida – e muitas clonagens -, o enorme país tem dezenas de marcas em parcerias com fabricantes como VW, GM, BMW, Mercedes, Peugeot, Citroёn – entre outras – e já desenvolve produtos próprios.

A sueca Volvo hoje é de controle chinês. Quem olha a China pelo lado da produção industrial e vê seus carrosnas ruas, enxerga um país capitalista. Quem busca conhecer mais, logo fica em dúvida, pois seu governo é capitalista com atitude socialista no seu comando não totalmente democrático. Além disso, desrespeito a patentes e propriedade industrial e ética empresarial discutível convivem com valores históricos e culturais milenares. É a menina dos olhos das montadoras de todo o mundo.

Rússia
Ainda na Ásia, a Rússia foi um EUA Comunista. Tinha até sua pesquisa aeroespacial e sempre produziu automóveis e caminhões. A Lada Vaz, vulgo Lada, embora não seja a única, é de longe a montadora mais conhecida da Rússia e seus aliados que formavam a URSS. Tinha nomenclaturas um tanto quanto técnicas como Lada Vaz Laika L2105 T-16.

Até hoje os velhos conhecidos nossos, Laika e Niva, são produzidos e convivem nas ruas com o que há de mais moderno. São dois mundos automotivos, que refletem bem como anda o país: de um lado os que conseguiram aderir ao capitalismo. De outro os que ainda são saudosos do antigo sistema. Importados ou nacionais, é fato que os carros têm de suportar temperaturas de mais de 40 graus no verão e -50 graus no inverno.

Irã, Índia, Turquia e Tigres Asiáticos
Finalizando o tour asiático, é interessante saber que mesmo países menores como o Irã que fica na porção chamada Oriente Médio, têm seis montadoras,sendo a maior a Iran Khodro. A emergente e populosa Índia, por sua vez, conta com montadoras como Mahindra, Tata, Bajaj e Hindustan. A primeira adquiriu recentemente a Ssangyong da Coreia do Sul. A Tata, a do pequano Nano, hoje é dona de Jaguar e Land Rover. No entanto, em seu país de origem são os carros pequenos e médios que imperam.

A Turquia já monta veículos de marcas europeias há décadas, mas recentemente deu um passo importante: assinou um protocolo com a Fiat para que esta lhe forneça tecnologia para a criação de uma marca de veículos própria, de capital esTatal a princípio.
Na montanhosa e pitoresca Malásia, que, claro também conta com suas congestionadas regiões metropolitanas, a marca mais importante é a Proton.

Taiwan,  um dos Tigres Asiáticos, é uma ilha que fica entre China e Filipinas e que já foi colônia da China, Nova Zelândia, Espanha e Portugal. Nem por isso deixou de investir em tecnologia e fabricar bons computadores e automóveis. Apesar de pequenas, têm produtos com personalidade feitos pela Yulon, que tem até submarca de luxo, a Luxgen – e faz carros na China em acordo com montadora local.

África
Agora uma visita à Mama África: Em sua quase totalidade, os países africanos que fazem  parte da “commonwealth”  ou “Comunidade das Nações” utilizam a mão inglesa de direção. O objetivo desta comunidade de 55 países que, com exceção de Moçambique e Ruanda são ex-colônias britânicas, é manter acordos de cooperação política, econômica, comercial e educacional desde 1950. Desse modo, este costume foi ficando.

O Japão, indiretamente foi beneficiado por isso, uma vez que exporta a maioria dos carros que rodam nesses países. Com exceção da mais moderna e desenvolvida África do Sul, que monta carros de diversas marcas, inclusive Ford, VW, BMW e Mercedes, muitos países ainda importam carros e caminhões japoneses usados. Isso é visível nas ruas e estradas.

E o Brasil?
Bem, com relação ao nosso Brasil, tivemos a Gurgel. E marcas como Puma, Chamonix, Miura e Envemo, que fabricaram ou ainda fabricam réplicas ou esportivos fora-de-série. Não se pode esquecer dastransformadoras de picapes como Tropical, Brasinca, Sulam e Engerauto. Mais recentemente Troller e TAC que fabricam jipes baseados no Wrangler americano e a Lobini de esportivos. Isto foi até onde chegamos. Houve ainda a Engesa, de veículos militares.

Acredito que a Gurgel foi a que mais se aproximou de uma montadora genuinamente brasileira. Infelizmente não teve apoio governamental em forma de financiamentos como BNDES. Nem de outras maneiras. Afinal, se houve uma Engesa e uma Embraer, empresas esTatais, por que não uma “Autobrás”? Para os que torcem o nariz, é interessante lembrar que até hoje, o governo francês tem uma particpação acionária grande na Renault. Assim como o governo alemão tem uma participação pequena na Opel, na VW e na Porsche. Nestes últimos casos, uma parceria. Faltou foi interesse.

Ninguém pode acusar o brasileiro de falta de empreendedorismo, criatividade e inteligência. E mão-de-obra o Brasil tem. Quem fabrica bons aviões, não faria bons carros?  Perguntas para refletir. Somos um dos maiores mercados do mundo, quarto ou quinto, geralmente. E um dos poucos entre os maiores que produz e compra só marcas dos outros. Não tem a sua.

E você, caro leitor apaixonado por carros, ainda tem esperança em uma montadora brasileira? Ou será que o Brasil perdeu o bonde da história?"

>> texto de Gerson Brusco Gonzales (Portal "Notícias Automotivas")


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