Eu acredito que quando os ensinamentos dos conteúdos escolares são praticados em casa, pelos pais, há uma grande possibilidade de esses ensinamentos serem superior (no quesito conteúdo, abrangência, foco e referências) ao recebido por um estudante da mesma idade que frequenta a escola. Isso é bom porque vai elevar o nível de conteúdo deste, que está sendo ensinado pelos pais. Porém, também há o lado ruim, que considero mais relevante e que desequilibra a balança pesando mais para o lado da escola. Quando um indivíduo está submetido à educação domiciliar ele acaba ficando de fora do convívio que teria com pessoas de sua mesma mesma idade e de outras autoridades que não os pais, se estivessem em ambiente escolar. De um jeito ou de outro a instituição escolar tenta simular a vida dos alunos quando eles não estiverem mais na escola, sobretudo, quando estiverem em um ambiente de trabalho. Tenta-se reproduzir um ambiente que tem regras a serem seguidas e exige do indivíduo pontualidade, disciplina, respeito, educação e, claro, conhecimento.
No que diz respeito à pontualidade, a escola tem os seus horários bem definidos e os alunos são obrigados a segui-los. Quando em domicílio, pode não haver esse tipo de regra, dependendo, claro, dos pais imporem ou não horários para as práticas dos ensinamentos.
Colocando agora como objeto o aluno, em casa, se por ventura ele se exaltar, como fatalmente acontece nas escolas com alguns estudantes, o "castigo" eventualmente não será o mesmo se este estivesse no colégio, e considerando uma infração muito grave, dificilmente o estudante será expulso de casa, como poderia acontecer de ser "convidado a se desvincular" da escola.
Agora, voltando a falar do que é bom no ensino domiciliar, destaco a infra-estrutura do "local de ensino", que em casa com certeza é mais confortável e muito provavelmente há garantia de um computador com acesso à internet disponível para o estudante, o que não é realidade em todas as escolas brasileiras, infelizmente!
Não é justo haver rivalidade entre casa e escola quando está em jogo a educação e o futuro de uma geração. Considerando a realidade do ensino público juntamente com a realidade da vida da massa brasileira, nem uma coisa nem outra faz-se suficiente para uma educação de qualidade. Nós temos escolas caindo aos pedaços, sem o mínimo de infra-estrutura para atender os nossos estudantes e sem um mínimo de dignidade para os nossos professores exercerem suas funções, sem contar a falta de respeito com esses profissionais quando coloca-se o salário que eles recebem em jogo. No mesmo barco estão as famílias brasileiras, que tentam a todo custo sobreviver com um salário mínimo, sem ter sequer o Ensino Médio concluído, sem poder usufruir dos seus direitos; educação, ir e vir, segurança, saúde, moradia... que dirá poder ensinar os filhos na própria casa!
Eu considero extremamente importante para qualquer indivíduo em idade escolar o convívio com gente, muita gente! Pessoas de sua mesma idade, da sua sala, da mesma série; alunos mais novos, mais velhos, de séries diferentes; autoridades que não são os pais, como os professores, pedagogos, diretores e pessoas de outras profissões, como o motorista do ônibus escolar, do ônibus de transporte coletivo, faxineira, o vendedor de algum barzinho ou de alguma loja que se frequenta ao lado ou próximo à escola, etc, etc, etc. Conviver e conhecer gente nova, pessoas diferentes, é indispensável para o desenvolvimento pessoal e profissional de qualquer indivíduo. Acredito que frequentar a escola e ter o acompanhamento dos pais ao rendimento dos filhos no colégio e ensinamentos e cobranças extras em casa seria o ideal e suficiente, sem excessos de um lado nem do outro!
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ResponderExcluirgostei do seu post! o exercicio da critica é valido, por isso os que pensam na educacao em casa ajudam com suas criticas, porem, pecam pelo excesso de protecao sobre seus filhos! como se eles nao pudessem passar por nenhuma regra de disciplina em grupo ou submeter-se a uma rotina escolar...isso é absolutamente equivocado, afinal, que adultos eles se tornarao? pessoas que mal sabem conviver e tolerar os outros...nao bastasse isso, a proposta de pais que nao sao pedagogos, educadores, pretenderem substituir o esforco academico da escola é um enorme equivoco, uma arrogancia de ensinar ao filho o que nem se sabe com propriedade...
ResponderExcluirExiste muito engano acerca do ensino domiciliar. Ao contrário do que dizem, os pais não precisam dessa tal capacitação de que tanto se fala (muitos professores que estão em sala de aula não a possuem e lá estão). A criança gosta de aprender, tem sede e interesse. Os pais não são professores e sim facilitadores, orientando a criança e dando a ela o que realmente lhe interessa. Dizer que uma criança ensinada em casa não se socializa é no mínimo inocente. Normalmente pais que praticam o ensino domiciliar estão em contato com outras famílias, consequentemente os filhos tem muita oportunidade de estar com seus pares e mais, eles são ensinados sim a conviver não só com gente da sua própria idade, mas com todo tipo de pessoas. Existe uma ideia de que criança que é ensinada em casa fica presa o dia todo e isso não é verdade. Infelizmente o quadro da escola hoje não é dos melhores. O que é socialização? É apanhar dos coleguinhas? receber apelidos ofensivos, aprender como ofender a professora, maltratar as autoridades e falar palavrões? é receber todo tipo de oferta de entorpecentes, sexo precoce? Afinal, que tipo de adultos eles se tornarão? Será realmente que vão aprender a respeitar as diferenças, ou vão debochar delas? O que vemos das crianças que aprendem em casa é totalmente o contrário. Elas são sempre ótimos cidadãos, que sabem respeitar e se submeter às autoridades. Que desempenham seu papel na sociedade, contribuindo para um mundo melhor. Os pais estão por perto para dar-lhes orientações de moral, ética e convivência. Não desmereço de forma alguma a escola, mas o papel principal dela nunca foi o de socializar. Aliás, a escola é uma instituição muito nova dentro da história da civilização. E sempre existiu socialização, com ou sem escola.
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