domingo, 13 de setembro de 2015

Pregam

Já falam em expulsar
Tenho que migrar
Onde vou chegar?
Vou com o quê?
Tenho nada a levar
Só me resta a consciência
A dor
De uma vida sem decência
Um socorro
Uma ajuda
De quem?
Se tenho a ninguém?
Tenho sequer a mim mesmo
Nada enxergo à minha frente
Um futuro de feitos ausentes
Estou a padecer
Me sinto morrer
Sem chão
Sem lar
Só vivo a sonhar
Sonho com a felicidade
Sonho com a doença
Sonho com a ausência
Sonho com a maldade
Só vivo a chorar
Como faço agora
Como ontem fiz
Como sofre meu nariz
Como sofre este corpo
Este ser que não entende
O porquê dessa vida
Essa alma ferida
O nada que o tudo de um dia se tornou
A maldita água que o batizou
As palavras que pregam maldades
Que dizem mentiras
Cospem falsidades
Ações contraditórias
Dos que não ouvem o que dizem
Dos que não têm memória
E abrem a caixa
Enterram
Tudo acaba



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